Estreou dia 20/10, na Linha 2-Verde, o projeto "Poesia no Metrô", em São Paulo. No sarau de abertura, que aconteceu na estação Vila Madalena, foram declamados diversos autores por poetas renomados, como Cláudio Willer e Frederico Barbosa. Durante três meses, quem passar pelas estações daquela linha pode se deparar com poemas adesivados nas paredes, em tamanho grande.
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Sem dúvida, uma grande iniciativa a favor da leitura, além de uma retomada do espaço público como um local de encontros e da diversidade.
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A dúvida que fica é se, no ritmo dinâmico das estações (vertiginoso até, em determinados horários), é possível fruir adequadamente de um poema tão introspectivo como os de Mário de Sá-Carneiro, por exemplo:
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Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.
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Independente até da questão introspectiva, o silêncio adequado à musicalidade do poema, a suspensão do tempo e mesmo a solidão (que independe se o espaço é público ou não, em se tratando de leitura) são fatores que devem ser considerados.
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Seja como for, a proposta, cuja segunda etapa está prevista para janeiro de 2010, tem condições de superar o risco de ser algo meramente decorativo: no próximo ano, serão implementados espaços fixos para exposição de poemas dentro das estações.
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Torçamos para que seja parte da mesma proposta implementar estratégias que atraiam novos leitores - afinal, os 21 autores selecionados dificilmente não serão conhecidos por quem já cultiva a leitura como hábito.
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Em tempo: por que não utilizar sua publicação "própria", o Destak (detido pelo Metrô News - que por sua vez não pertence ao Metrô, mas à Folha Metropolitana), cuja tiragem aumentará para 135 mil exemplares, para difundir e incentivar a leitura literária?
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A comunidade escolar da qual participo adotou há alguns anos 15 minutos obrigatórios, no início de cada turno letivo, a atividade de leitura. Cada qual lê o que lhe apetece os olhos, agrada a memória e engrandece a mente. Sem dúvidas, cada qual vai enriquecendo sua bagagem cultural.
ResponderExcluirNeiva, e onde fica a sua comunidade escolar? Obrigado pela colaboração!
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