quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O déficit cultural brasileiro, segundo o IPEA

Presidente do Ipea alerta para importância de se investir em cultura
Marli Moreira - Agência Brasil - 15/12/2009
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Se o Brasil quiser passar da nona para a quinta posição no ranking mundial das maiores economias do mundo, terá de vencer com alguns “gargalos” nos investimentos públicos nas três esferas de governo - municipal, estadual e federal - principalmente nas áreas de educação e cultura. O alerta foi feito na terça (15) pelo economista Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Pochmann fez a avaliação com base nos dados do estudo do Ipea Presença do Estado no Brasil: Federação, Suas Unidades e Municipalidades. A pesquisa, inédita, mostra a estrutura física do Estado brasileiro e a incidência de seus serviços.

Cursos universitários públicos, por exemplo, só estão disponíveis em 157 dos 5.562 municípios brasileiros, o equivalente a 2,8% do total de cidades. A maior parte (46%) concentra-se na Região Sudeste.

O ensino médio ainda não está universalizado. A pesquisa constatou que 46 cidades não têm estabelecimento público de ensino médio, em oito estados, sendo os cinco com maior número de municípios sem esse serviço: Minas Gerais (16), Rio Grande do Sul (12), Alagoas (dez), Tocantins (dois) e Pernambuco (dois).

Quanto aos investimentos culturais, a pesquisa mostra que em 2.953 municípios não há estabelecimentos públicos nesse segmento, quer sejam museus, casas de cultura ou de espetáculos. Desse total, 37% estão no Nordeste.

Apenas 905 cidades têm museus ou salas de espetáculo, o que significa 16,3% do total. O levantamento indica ainda que 44,7% dos brasileiros, em metade do território, não têm nenhum acesso a equipamentos de cultura. Também foi detectada uma baixa oferta de bibliotecas. Na média, existe uma biblioteca a cada 26,7 mil brasileiros.Para Pochmann, a área do conhecimento é imprescindível para as metas de crescimento econômico do Brasil. Na sua avaliação, a ausência do aprimoramento do ensino pode comprometer a oferta futura de mão de obra qualificada.

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