sexta-feira, 30 de julho de 2010

Alunos trocam 74 toneladas de lixo reciclável por livros


Cerca de dez mil crianças do município demonstraram interesse pela leitura e conscientização ecológica, ao mesmo tempo.


Débora Kellner - O Correio do Povo - 30/07/2010


Durante os meses de abril e julho, estudantes das 32 escolas municipais levaram até as unidades de ensino 74.723 quilos de lixo. Os objetos foram trocados por livros, do Projeto Livro Livre. Pela participação na campanha, foram disponibilizados aos alunos 55 mil livros até agora.

Neste projeto, idealizado pelo Instituto Evoluir, de Blumenau, em parceria com a empresa Weg e com a Secretaria da Educação, o estudante leva, todo mês, pelo menos um quilo de material reciclável limpo para a escola e troca por um exemplar de livro. Ao final da campanha, previsto para dezembro, cada criança receberá dez livros de literatura infantil ou juvenil, cedidos pelo instituto. A Weg é responsável pelos custos de edição e tiragem dos exemplares.

A diretora de Ensino Fundamental, Sirley Maria Schappo, afirma que os organizadores do projeto estão satisfeitos com os primeiros resultados. “O resultado está acima das nossas expectativas. Esperávamos 50 toneladas e tivemos 24 a mais. Em termos de dinheiro não é muito, mas o impacto ambiental que isso vai gerar é muito importante”, explica.

A empresa Edepel Embalagem fica responsável por recolher e comprar os materiais recicláveis entregues nas escolas. No final do ano, todas as unidades de ensino envolvidas no projeto deverão enviar um relatório ao instituto informando a quantidade de material reciclável entregue pelos alunos, o número de livros distribuídos e qual o destino do dinheiro arrecadado.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

O raio x das livrarias


PublishNews - 29/07/2010 - Por Maria Fernanda Rodrigues
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O Brasil tem mais de 5 mil municípios e menos de 3 mil livrarias. Dá uma média de uma livraria para cada 64.255 habitantes. A região Sudeste é a que concentra o maior número de livrarias (56%) e São Paulo é o estado com mais lojas – são 864. O Norte está na lanterna e caindo ainda mais de 2006 para cá. Concentra 3% das livrarias e o Amapá tem apenas 15 unidades. Esses números constam da segunda edição do Diagnóstico do Setor Livreiro 2009 da Associação Nacional de Livrarias – o primeiro foi feito em 2006. Para Vitor Tavares, presidente da entidade, essa discrepância diminuiria caso existissem mais livrarias independentes no país. “Precisamos de uma política de incentivo à abertura de novas livrarias independentes”, disse. Mas logo vem outro dado preocupante: 67% das independentes com uma única loja faturam até R$ 350 mil. Se 60% desse valor é basicamente gasto em compra de livro, calcula... Mas o mercado livreiro está empregando mais: em 2009, 32.601 pessoas estavam empregadas formalmente. Além delas, outras 6.055 trabalhavam temporariamente nas livrarias. Em 2006, eram 27.790 empregos permanentes. Cada vez mais, as livrarias vendem outros tipos de produtos. CDs e DVDs já eram respostas esperadas – 53% das lojas têm espaço para eles. O mais curioso é que 32% dos que responderam ao questionário oferecem artigos religiosos. Livros infantis e juvenis são os mais vendidos. Apesar de muitos venderem pela internet (44%), essas vendas representam, no máximo, 5% do total. Quanto ao faturamento, a maior parte (38%) registra o valor de até R$ 350 mil, número puxado pelas livrarias independentes. Outros 24% faturam de R$ 600 mil a R$ 1,2 mi e apenas 1% conseguiu a proeza de faturar entre 9,6 mi e 20 mi. No “Leia Mais”, veja outros destaques da pesquisa respondida por cerca de 600 das 2.980 livrarias identificadas pela ANL.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

BIENAL DO LIVRO DE SP MIRA SUSTENTABILIDADE E PREMIA ESTANDES COM MELHORES PRÁTICAS

Instalações que se destacarem no conjunto de ações ambientalmente sustentáveis serão reconhecidas pela organização da feira

28/6/2010 Assessoria de Imprensa da 21ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo

A 21ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo está se preparando para reduzir impactos ao meio ambiente ao adotar práticas sustentáveis desde a fase de montagem, passando pelo período de realização da feira (entre 12 e 22 de agosto de 2010), e chegando ao momento de desmontagem da estrutura, que ocupará 60 mil metros quadrados do Pavilhão de Exposições do Anhembi.

Para isso, aderiu ao Evento Responsável, programa de gestão e marketing ambiental desenvolvido pela consultoria Reciclagem. O programa prevê o uso responsável do Pavilhão de Exposições do Anhembi, gestão do público visitante, destinação adequada dos resíduos produzidos pelo evento, controle da poluição ambiental e consumo responsável de água e energia.

Pela iniciativa, está sendo entregue aos expositores da feira um Manual de Sustentabilidade ao Expositor, com dicas sobre as atitudes e ações esperadas de quem participará do evento. O documento dá exemplos da importância de se manter uma comunicação adequada com as empresas montadoras de estandes, para que as melhores práticas sejam adotadas na instalação dos estandes, pensando-se, sempre, nos princípios universais dos três erres (3R´s): reduzir, reutilizar e reciclar.

Trata, da mesma forma, de dicas simples, como a que aborda a escolha de brindes, que devem ser produzidos com materiais reciclados e/ou recicláveis, que sejam duráveis, funcionais e tenham caráter informativo ou educativo.

Também está prevista a promoção da gestão adequada dos resíduos produzidos ao longo da feira, incluindo a coleta seletiva de materiais e a destinação orientada desses resíduos.

Ao longo do evento, uma equipe de auditores avaliará os impactos ambientais provocados pelo evento. Com base nessas auditorias, e em dados fornecidos pelos expositores, será calculada a emissão equivalente de carbono na atmosfera, a ser neutralizada pelo plantio de mudas de árvores.
Ao final do evento, os estandes que promoverem o melhor conjunto de ações ambientalmente sustentáveis serão premiados pela organização da feira, em quatro categorias: “Megaestande”, acima de 120 metros quadrados; “Estande de Grande Porte”, de 90 metros quadrados a 119 metros quadrados; “Estande de Médio Porte”, com dimensão entre 50 metros quadrados e 89 metros quadrados; e “Estande de Pequeno Porte”, com até 49 metros quadrados.

A 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo é realizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e organizada em parceria com a Reed Exhibitions Alcantara Machado – RXAM.
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Mais Informações: 21ª BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO Data: 12 a 22 de agosto de 2010 Local: Pavilhão de Exposições do Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1.209 - São Paulo/SP Site: www.bienaldolivrosp.com.br
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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Usina de Letras lança bolsa de incentivo para autor brasileiro

O Globo - 24/07/2010 - Por Mànya Millen e Miguel Conde

A editora carioca Usina de Letras lançará durante a Bienal de São Paulo, que começa dia 12 de agosto, uma bolsa de incentivo para os escritores do país. Não em dinheiro, mas em palavras... Será uma ecobag trazendo estampada a frase “Eu leio autor brasileiro”. A editora, que lançará quase 30 obras nacionais na Bienal, lembra que aproximadamente 80% dos livros lidos no país são traduzidos. Vale o estímulo, comenta a coluna No Prelo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Diálogo maior entre público e escritores produz mais leitores

Valor Econômico - 23/07/2010 - Por Maria da Paz Trefaut

via PublishNews

O público leitor brasileiro tem crescido de forma expressiva. Pesquisa do Observatório da Leitura, "Retratos da Leitura no Brasil" indica que dobrou o número de livros lidos por habitante na última década. Parte dessa evolução é creditada à proximidade e ao diálogo entre o público e os escritores, que têm sido fomentados nas pequenas feiras e grandes eventos espalhados pelo país, como a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e a Bienal do Livro. A Flip, concentrada em apenas cinco dias, é mesmo uma verdadeira festa, que se prolonga noite adentro pelos restaurantes e bares. O custo da Flip 2010 é de R$ 6,3 milhões. Essa verba vem de patrocinadores e parceiros, além de programa de patronos. Já a bienal mantém um estilo de grande feira, onde os estandes das editoras, com seus lançamentos, são tão atrativos como os debates e a programação paralela. Em 2003, quatro meses antes do início da 1ª Flip, os organizadores temiam não reunir público para o evento. Mas 500 pessoas compareceram. Na segunda edição havia 10 mil. Hoje, o festival reúne 20 mil e movimenta indiretamente R$ 4,76 milhões na economia do município. Quatro dias depois do encerramento da Flip, começa outro evento literário. Mais "mega" a cada edição, a Bienal Internacional do Livro de São Paulo comemora 40 anos. No mundo, apenas dois eventos literários têm dimensão maior: a Feira do Livro de Frankfurt e a Feira Internacional do Livro de Turim. Em 2008 foram 728 mil visitantes. A expectativa deste ano é reunir 350 expositores do Brasil e do exterior, representantes de mais de 900 editoras, que estarão distribuídos numa área de 60 mil m2, no Pavilhão de Exposições do Anhembi. A CBL vai investir mais de R$ 1,5 milhão na bienal.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Usuário do transporte coletivo tem acesso a 70 mil livros

PublishNews - 22/07/2010 - Por Redação

Os usuários do transporte público de Campinas podem seguir viagem de uma forma especial em Campinas. Um acervo de 70 mil títulos está disponível à população em nove terminais urbanos da cidade e na nova Rodoviária. O Projeto “Leitura, a melhor viagem”, oferecido pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), permite que os livros sejam retirados por qualquer usuário, sem burocracia alguma. Não há inscrição, carteirinhas, qualquer anotação do empréstimo ou data de entrega. O acervo foi construído a partir de doações. Os livros podem ser devolvidos em qualquer um dos terminais, gerando, assim, uma rotatividade dos títulos. Levantamento realizado pela Emdec mostra que somente entre 10 e 20% dos livros retirados são efetivamente devolvidos. O tempo médio de empréstimo fica entre três e quatro meses, levando em conta que o usuário repassa o livro para familiares e vizinhos. Por isso, a empresa ressalta a importância da doação e também da conscientização da população em devolver o livro. Quem estiver interessado em colaborar com o projeto pode entrar em contato com a Gerência de Educação e Cidadania. Para fazer a doação dos livros, basta ligar para os telefones (19) 3772-4024 ou 3772-4078. A matéria de Isabela Leite foi publicada no EPTV.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

EUA: Biblioteca em casa deixa crianças mais inteligentes

Luciana Christante - Revista Mente Cérebro - 07/07/2010

Um grupo de sociólogos das universidades de Nevada em Las Vegas e da Califórnia em Los Angeles realizou o maior estudo internacional sobre a influência dos livros na educação escolar. Os resultados mostram que, independentemente do nível educacional dos pais, do status socioeconômico e do regime político, quanto mais livros houver em uma casa, mais anos de escolaridade atingirá a criança que crescer nela. Participaram do estudo mais de 70 mil pessoas de 27 países, entre os quais Estados Unidos, China, Rússia, França, Portugal, Chile, África do Sul (o Brasil não foi incluído). A conclusão foi publicada na revista Research in Social Stratification and Mobility.

No artigo, os autores explicam que o nível cultural e educacional dos pais também influencia a escolaridade atingida pela prole, mas nesse caso a correlação é mais fraca do que com o tamanho físico do acervo familiar de livros. Os resultados mostram também como o gosto pela leitura tende a diminuir diferenças sociais. Nos lares mais modestos, o efeito de cada acréscimo ao acervo no futuro acadêmico da criança é mais acentuado do que a adição de um volume a uma biblioteca mais ampla.Apesar de a tendência ter sido observada em todos os países, houve diferenças importantes entre eles.

Nos Estados Unidos, na França e na Alemanha, uma biblioteca com cerca de 500 volumes representou acréscimo de dois a três anos na escolaridade das crianças, comparando com uma casa sem livros. Na Espanha e na Noruega, o número saltou para até cinco anos e na China atingiu o máximo, entre seis e sete anos.

Segundo os pesquisadores, o regime comunista poderia explicar o resultado chinês, pois em um país onde há mais restrições à liberdade individual os livros seriam bens culturais ainda mais valorizados pela família. O mesmo raciocínio poderia se aplicar aos números semelhantes verificados em países do Leste Europeu (que formavam o bloco comunista) e a África do Sul, que viveu décadas sob o apartheid. Os casos analisados foram de pessoas que cresceram em meio a esses regimes. “A leitura é uma ótima fonte para os oprimidos, seja qual for sua cor, seus opressores e as circunstâncias históricas”, escreveram.

O estudo é uma prova irrefutável de que “uma casa onde os livros são valorizados fornece à criança ferramentas que são diretamente úteis no aprendizado escolar, como vocabulário, imaginação, amplo horizonte em história e geografia, a compreensão da importância da evidência no argumento, e muitas outras”. E confirma os famosos versos de Castro Alves, do século 19: “Oh! Bendito o que semeia/ Livros... livros a mão-cheia.../ E manda o povo pensar!/ O livro caindo n’alma/ É germe – que faz a palma./ É chuva - que faz o mar.”

terça-feira, 20 de julho de 2010

Semana Mundial do Aleitamento Materno será comemorada em evento gratuito no Horto Florestal

Associação BEMVINDO – Grupo de Apoio a Gestante

Caminhada de Incentivo ao Aleitamento acontecerá no dia 1º de agosto

Mais de 10 milhões de crianças com menos de cinco anos de idade morrem a cada ano no mundo por doenças que podem ser evitadas com medidas simples. O aleitamento materno é a principal delas.

Visando estimular o aleitamento materno imediato pós-parto e exclusivo, até no mínimo os seis meses de idade, como forma de prevenir males nas mães e nos bebês, ajudando em seu desenvolvimento físico e emocional, a Associação BemVindo realizará no dia 1º de agosto, às 10h, a 1ª Caminhada BemVindo de Incentivo e Apoio ao Aleitamento Materno, noHorto Florestal, zona norte de São Paulo.

A Caminhada é o ponto central de um evento que oferecerá aos participantes palestras e oficinas de aconselhamento em aleitamento materno, shantala, ecofuturo (a importância da interação com o bebê desde a gestação), slingadas (método seguro para transportar o bebê), douladas (bate-papo e encontro de Doulas – acompanhantes de parto), projeto Acalanto (a música pela qualidade de vida), bancos de leite e a segurança das crianças no trânsito.


Além das oficinas para as gestantes, mães, pais e bebês, todos os participantes poderão realizar testes de glicemia, aferição da pressão arterial e reflexologia (massagem relaxante nos pés).


O evento terá início às 9h com a palestra Amamentação “BemVinda”, seguido da abertura oficial, caminhada às 10h e oficinas e exames das 11h às 15h.


O evento é aberto a toda comunidade.

A participação é gratuita e não requer inscrição prévia.

A Caminhada Bem-Vindo também tem como propósito fazer parte da Semana Mundial de Aleitamento Materno, que é comemorada desde 1992 e reconhecida pelo Fundo das Nações Unidas (Unicef), pela Organização Mundial da Saúde - OMS e pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO.

Convite




Programação completa no site http://www.bemvindo.org.br/

O Instituto Ecofuturo apoia a iniciativa. No evento serão distribuidos exemplares do Passaporte da Leitura Brincar de Ler.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Edital para produção de obras acessíveis foi prorrogado

Inscrições para projetos de produção, difusão e distribuição de livro em formatos acessíveis vão até o dia 9 de agosto.

PublishNews - 15/07/2010 - Redação

O Ministério da Cultura publicou ontem (14), no Diário Oficial da União (Seção 3, página 19), portaria de prorrogação Edital de Fomento à Produção, Difusão e Distribuição de Livros em Formato Acessível. O período de inscrições foi ampliado de 22 de julho para 9 de agosto.

Serão investidos R$ 1 milhão em projetos que fomentem a produção, difusão e distribuição de livros para pessoas com deficiência visual, ou seja, livros convertidos por meio de técnicas especializadas de adaptação com descrição ou narração das possíveis representações gráficas nos formato Daisy, Braille, livro falado (voz humana ou sintetizada) ou outro formato que permita o acesso de todas as pessoas, prioritariamente aquelas com deficiência visual, ao seu conteúdo, excetuados os livros didáticos.

São três as categorias de inscrição: infraestrutura de produção, produção e distribuição e capacitação e difusão em livros em formato acessível.

Na categoria voltada à infraestrutura de produção de livros em formato acessível serão selecionadas, no mínimo, três propostas de até R$ 160 mil cada uma. Os recursos poderão ser usados para a criação de um centro de produção de livros em formato acessível ou sua ampliação.

Na categoria de produção e distribuição de livros acessíveis serão selecionadas, no mínimo, duas propostas no valor máximo de R$ 200 mil cada uma. As obras poderão ser adaptadas ou reproduzidas e distribuídas gratuitamente para o público atendido pela instituição proponente.

A terceira categoria do edital é destinada à capacitação e difusão, sendo selecionadas, no mínimo, duas iniciativas no valor máximo de R$ 60 mil cada uma. Os projetos poderão ser de capacitação (por meio de cursos, treinamentos e outras atividades visando à transcrição, adaptação operação de programas e equipamentos que envolvam a produção e reprodução de livros em formato acessível) e difusão (de informações sobre livros acessíveis, entidades produtoras, acervos existentes ou práticas bem sucedidas nessa esfera).

As inscrições deverão ser feitas por correio eletrônico e toda a documentação deve ser enviada por correio postal. O edital completo pode ser acessado aqui.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Estação Pinacoteca faz um convite à literatura

Catraca Livre


Edições de livros, separados por 18 áreas do conhecimento – com resenha, frases e textos de grandes autores – estão na mostra “Imprensa Oficial – Um Convite à Leitura”, na Estação Pinacoteca, até o dia 15 de agosto.

Os visitantes encontram obras esgotadas, como “Ooó do Vovô- Correspondência de João Guimarães Rosa, vovô Joãozinho, com Vera e Beatriz Helena Tess”. A curadoria é de Cecília Scharlach e, aos sábados, a entrada é Catraca Livre.

Quem visitar a mostra, vai encontrar frases de João Guimarães Rosa, Silviano Santiago, José Saramago, Jean-Paul Sartre, Graciliano Ramos, Julio Cortázar, William Shakespeare, Jorge Luis Borges, Victor Hugo e António Lobo Antunes, entre outros grandes escritores, ajudam a despertar e a consolidar a paixão pela leitura.

Mais

Na área central da mostra, por exemplo, foram montadas quatro vitrines onde estão em destaque, além do “O Livro de Horas de Dom Fernando”, as reedições do Jornal EX-, recém-lançadas pela Imprensa Oficial e o Instituto Vladimir Herzog.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Feiras do Livro - Frei Betto

O Dia online

Participei, nos últimos meses, de várias ferias do livro e outros eventos literários, como o Programa TIM Grandes Escritores. Entre outubro e novembro passados, estive nas feiras de Gravataí (RS), Caxias do Sul (RS), Belém (PA) e no Fórum das Letras, em Ouro Preto (MG). Em todos esses eventos constatei o empenho dos promotores em promover o livro, despertar o interesse pela literatura e facilitar o contato entre leitores e escritores.

Ler é percorrer todos os períodos da história, penetrar conhecimentos científicos e técnicos, dar asas à imaginação, sem sair do lugar. Basta abrir o livro. É conhecer qualquer tema, da fabricação de vinhos à vida dos papas, bastando decifrar o código alfabético em folhas de papel ou no monitor de um equipamento eletrônico. Ler é sonhar, poetar, divagar, expandir a fantasia e cultivar a sensibilidade.

A diferença entre ler e ver TV é que, no primeiro caso, o leitor escolhe o que lhe interessa. Com a vantagem de não se submeter à avalanche publicitária e adequar a programação – no caso, a leitura – ao ritmo de sua conveniência. E, considerando a baixa qualidade de conteúdo na TV brasileira, ler é absorver cultura.

No Brasil, o consumo de livros ainda é ínfimo: 2,7 por habitante/ano. Na Argentina, 6. Há em nosso país cerca de 3 mil livrarias, 50% no estado de São Paulo. Aqui, o livro sofre o efeito Tostines: é caro porque vende pouco e vende pouco porque é caro. O governo, excetuando a compra de livros didáticos, não incentiva a produção e circulação de livros. Raros os municípios com bibliotecas públicas, e as poucas existentes nem sempre primam pela conservação das instalações e atualização do acervo. A informatização ainda engatinha e o leitor enfrenta, por vezes, barreiras burrocráticas para ter acesso ao livro.

Assim, não é de se estranhar que alunos da 8ª série não consigam redigir uma simples carta sem cometer graves erros de concordância e sintaxe. A situação piora quando se trata de interpretar um texto. Lê-se o período sem conseguir entendê-lo...

O amor aos livros nasce na infância. Criança que jamais viu os pais lerem ou vive numa casa desprovida de livros terá, com certeza, dificuldade de adquirir gosto pela literatura. Hoje em dia recomenda-se ler histórias para os bebês, de modo a favorecer as sinapses cerebrais e a elaboração de sínteses cognitivas. Ao ler ou contar uma história para crianças é normal ouvi-las recriarem em cima do que escutam. A imaginação entra em diálogo com o texto. A fantasia aflora, oxigenando o ouvindo psíquica e espiritualmente.

Já a TV não propicia essa interação, apenas impõe à criança o conteúdo de sua programação. E, de certo modo, anula a fantasia infantil, como se a TV fosse capaz de substituir o saudável exercício de dar asas à imaginação.

Outrora, as feiras do livro tinham a característica de baratear o produto. Hoje, isso se torna cada vez mais raro. Apesar de o governo Lula ter desonerado tributos de editoras, tudo indica que o benefício não se estendeu aos leitores.

Felizmente há, pelo Brasil afora, bibliotecas montadas por iniciativas voluntárias, cujos acervos dependem de doações. Na capital paulista, é possível tomar emprestado um livro nas estações de metrô. E o índice de não devolução é mínimo – o que consola nossa autoestima ética nessa nação de tantos políticos corruptos. Em Brasília, um açougue dispõe livros em pontos de ônibus. Na Baixada Fluminense, uma dona de casa transformou seu quintal em biblioteca pública.

Tomara que o propósito de o poder público instalar uma biblioteca em cada município brasileiro torne-se realidade um dia. O Brasil estará a salvo no dia em que as novas gerações forem viciadas em livros.

Frei Betto é escritor, autor de “A arte de semear estrelas” (Rocco), entre outros livros. www.freibetto.org http://www.freibetto.org

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Leituras e prazer na escola

Como horas na biblioteca podem fazer a diferença na vida do aluno

Galeno Amorim - Revista Língua Portuguesa

Esta década talvez entre para a história como aquela em que, até hoje, mais se avançou no sentido de tornar esse tema uma política de estado no Brasil. Agora, no entanto, é preciso avançar mais, para que nos estados e municípios exista uma maior percepção por parte de autoridades e lideranças políticas e comunitárias sobre a função social e estratégica dos livros na sociedade. E que podem fazer um grande bem para suas cidades e estados e para seus próprios governos.

Os livros já foram, um dia, objeto sagrado cujo acesso era permitido a poucos. Mais tarde, passou a ser tratado como fonte de prazer e lazer de qualidade. Sem perder uma e outra condição, a verdade é que a leitura também é um meio eficaz para o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo e para ampliar sua visão de mundo e suas possibilidades de intervenção no lugar em que vive. Mas também para melhorar seu emprego e renda.

Dessa forma, tem um novo e importante papel na educação e na sociedade de forma geral, algo que nunca foi muito claro na cabeça das pessoas. Se houve um tempo em que, na economia primitiva, a água e, mais tarde, o petróleo, na era da industrialização, possuíam importância estratégica para as nações, hoje é o conhecimento que faz toda a diferença. É o conhecimento que se constrói com as várias leituras: dos livros, jornais e das diferentes estéticas culturais, com o tempero e fermento das vivências e experiências do cotidiano.Os livros fazem toda a diferença!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Prorrogadas as inscrições do Prêmio Vivaleitura

Boletim Livro e Leitura

O prazo de inscrições para o Prêmio Vivaleitura 2010, que se encerrava em 2 de julho, foi prorrogado para o dia 2 de agosto. Até esta data, trabalhos de incentivo à leitura provenientes de todo o país poderão ser inscritos via site ou por correio (Caixa Postal 71037-7 - CEP 03410-970 - São Paulo – SP). As categorias são: “Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias”, “Escolas Públicas e Privadas” e “ONGs, pessoas físicas, universidades/faculdades e instituições sociais”. Em cada uma delas, os vencedores receberão R$ 30 mil. Na categoria Sociedade, haverá a distinção da Menção Honrosa a ser atribuída a projetos de empresas com foco no tema “formação de mediadores de leitura”. Durante as quatro edições anteriores, cerca 8,5 mil projetos foram inscritos, 75 classificados como finalistas e 12 premiados.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Gerações Interativas anuncia segunda edição da pesquisa com jovens e adolescentes

EducaRede

Crianças e adolescentes estão cada vez mais conectados às chamadas “telas digitais”: Internet, celular, televisão e videogames. Com que frequência e de que forma costumam utilizá-las em seu cotidiano? Para analisar esse fenômeno e chamar a atenção de pais e educadores para a importância da mediação educativa, nasce o projeto iberoamericano Gerações Interativas, idealizado pela Universidade de Navarra (ES) em parceria com a Telefônica.

O Gerações Interativas tem como principal ação a realização de uma pesquisa bianual de caráter comportamental em escolas espanholas e latino-americanas que visa conhecer em detalhe o quanto os alunos de 6 a 18 anos estão envolvidos com as mídias digitais, e os respectivos impactos desse hábito nos meios familiar e escolar.


No Brasil, a segunda edição da pesquisa Geração Interativa está sendo realizada desde 20 de maio de 2010. E a sua escola pode participar! Basta ter computadores conectados à Internet. A pesquisa é aplicada por meio de um questionário on line que os estudantes respondem, anonimamente, em suas escolas. Cada escola recebe uma senha de acesso para ser utilizada por todos os alunos. Para receber essa senha, a escola deve preencher um formulário na Internet (clique aqui para acessar o formulário).

A aplicação da pesquisa exige alguns cuidados. Assim o EducaRede elaborou um Roteiro para o professor, com orientações que vão desde como planejar essa ação, passando por dicas para ajudar os alunos a responderem o questionário, até o compartilhamento dos resultados com o grupo.

A escola participante da pesquisa recebe relatórios personalizados sobre os dados coletados na sua instituição. A partir desse diagnóstico, espera-se que a escola incorpore em seu planejamento pedagógico uma proposta de uso dessas informações para desenvolver atividades voltadas para educadores, alunos e suas famílias relacionadas ao uso responsável das telas digitais. O Foro Generaciones Interactivas, que tem o EducaRede Brasil como parceiro local, oferece assessoria, materiais, propostas de atividades e acompanha a distância essa tarefa.

Em 2009, a primeira edição desse estudo resultou na publicação A Geração Interativa na Ibero-América.

Dicas, materiais de apoio e outras informações, aqui.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Prêmio Mais Cultura de Apoio às Bibliotecas Comunitárias

O Ministério da Cultura (MinC), em parceria com estados e municípios, disponibilizará R$ 53,6 milhões para iniciativas de promoção e apoio a leitura, por meio de ações do Programa Mais Cultura.

O Ministério pretende contemplar a modernização de 660 bibliotecas públicas municipais e a premiação de 773 iniciativas da sociedade civil, entre Pontos de Leitura e bibliotecas comunitárias.

A maior parte dos recursos, R$ 36,2 milhões, será destinada a modernização de 660 bibliotecas públicas municipais, para a aquisição de acervo, mobiliários, equipamentos e computadores. A seleção das bibliotecas é feita pelo poder público local e, no caso dos estados, é coordenada pelo Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas.

R$ 2,75 milhões serão destinados à premiação de 55 bibliotecas comunitárias em quatro estados: Acre, Bahia, Ceará e Rio de Janeiro e cada iniciativa será premiada com R$ 50.000, valor que deverá ser empregado na aquisição de acervo (livros e demais publicações e materiais de leitura: revistas, gibis, CDs, DVDs), apoio às atividades sócio-culturais e educativas agregadas à leitura (rodas de leituras, oficinas de mediação de leitura e produção de textos, debates, etc) e aquisição de equipamentos e mobiliário. No Acre, o edital prevê a premiação de 2 entidades e as inscrições estão abertas até o dia o 18 de julho. Na Bahia, serão selecionadas 15 iniciativas e as inscrições podem ser realizadas até o dia 31 de julho. No Ceará, 23 entidades serão premiadas e o edital prevê inscrições até o dia 14 de agosto. Ainda não previsão de lançamento do edital para o estado do Rio de Janeiro.

Serão premiados também 718 Pontos de Leitura, iniciativas da sociedade civil de incentivo ao livro e leitura. Cada Ponto de Leitura será contemplado com R$ 20.000.

Os editais podem ser acessados no site do Programa Mais Cultura:http://mais.cultura.gov.br/

sexta-feira, 2 de julho de 2010

QUAL O LIVRO DA SUA VIDA?

Nei Duclós

Podem ser vários, pode ser o mais relido, pode ser o perdido para sempre em alguma viagem, pode ser o traduzido pelo amigo, pode ser o que faltam as últimas páginas, pode ser o que sempre tivemos vontade de ler e perdemos todas as oportunidades. Pode ser aquele que você aplaude de pé no final, mesmo que esteja sozinho, desempregado, nos anos 60, encerrado numa república vazia e tenha fechado aquela página derradeira que diz sobre o mundo “que nunca acaba de se acabar” como aconteceu comigo diante de Cem anos de solidão, do maior escritor do mundo.

NONADA – O romance é o inventário de uma guerra, qualquer guerra. O único compromisso é com a literatura, que veste o que chamam verdade, ou memória, ou mesmo poesia. O que faz o romance é decidir o que existe de épico do fato reconstituído pela soma de linguagens atiradas no chão do tempo. Minha cena favorita de Lord Jim, de Joseph Conrad, traduzido de uma versão francesa pela música de Mário Quintana, é quando o anti-herói joga a tocha acesa no rio e, ao apagar-se, revela todas as estrelas. Ou a cena de O coração das trevas em que Marlowe cruza com seu barco o meio do nada chamado Tamisa e começa a narrar para quem o cerca, prendendo-os numa rede irresistível a que chamam história, mas que é pura magia. O romance pode ficar na sala da espera mas jamais humilha-se para uma entrevista. É o ato mais corajoso que o isolamento pode empreender, afora o fato de escapar de um seqüestro com as mãos amarradas e isto já seria insumo para novo romance. O texto intrincado, como em Guimarães Rosa de Grande Sertão (e tão clássico em Sagarana) é a prova dos nove da leitura que se deixa abater depois de algumas investidas. Lembro que fiquei meses paralisado diante da palavra inicial Nonada, que Rosa usa para afugentar os preguiçosos.

O livro da sua vida é como o momento diante da morte: majestoso, irreversível, humano e precário; não há nada igual. Por um tempo, quando era foca na redação da Folha da Tarde da Caldas Junior em 1970, andava com os Quatro Quartetos do Eliot embaixo do braço. Nunca entendi o verso “abril é o mais cruel dos meses”, já que abril é um dos mais belos meses do ano, quando o Rio Grande do Sul dá uma trégua aos rigores do frio e do calor e aposta na amenidade da meia estação. Mas aquela edição antiga e brasileira de Eliot me encheu de boas fumaças para o exercício da escrita, naquele tempo em que enfrentei uma redação de feras e fui tratado com a generosidade que se presta aos viajantes sedentos e ainda jovens demais para pensar no pior.

SOBRA DE GUERRA – Conheço dúzias de pessoas sideradas por Os Thibault, de Roger Martin du Gard, que saiu em edição primorosa pela Editora Globo (graças, claro, à gestão Wagner Carelli) e que ainda deve estar dando sopa nas livrarias. Monteiro Lobato servia para inventarmos o verbo requeteler, pois era isso que fazíamos especialmente no inverno, quando o Sitio do Picapau Amarelo nos embalava a paz antes do sono e nos despertava para mais literatura. Tem livro inesquecível considerado científico que se lê com o prazer de um romance como é o caso de Raízes do Brasil ou Caminhos e Fronteiras, de Sergio Buarque de Holanda. Tem livro que assombra pela genialidade de sua síntese como As Brasinas, de J.A. Pio de Almeida. E livro que serve para marcar para sempre nossas vidas como Paris é uma festa, de Hemingway ou Seis contos da era do jazz, de Scott Fitzgerald. Tem livros impressionantes que li uma vez e jamais me recuperei como Metamorfose, de Kafka, O Conceito rosacruz do cosmo, de Max Heindel ou O Evangelho segundo o espiritismo, de Alan Kardec. Ou A magia do verbo, um pequeno opúsculo que mostrava a natureza divina de cada letra, representação de uma divindade que era evocada a cada enunciação do som que ela encerrava. Acredito na palavra mágica, no abracadabra. Não faz outra coisa o escritor do que ir atrás desse poder que abre portas e derruba muros. Tem livros que você não acredita não ser suficientemente conhecido como Sobra de Guerra, de José Onofre, o mais radical romance policial de todos os tempos.
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O livro da sua vida é aquele que você cita cada página como se fosse sua e tem certeza que o escreveu em outras vidas, quando Deus foi bem mais misericordioso e distribuiu com mais igualdade suas graças. Pois o talento é um mistério que o universo guarda no cofre e de vez em quando abre para nos assustar. Ficar imune a essa provocação é perder o sentido da vida.
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Nei Duclós é um escritor e jornalista gaúcho, radicado em Florianópolis. Cronista do Diário Catarinense, mantém o blog Outubro. O texto aqui reproduzido foi gentilmente cedido pelo autor e publicado originalmente em seu site.
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quinta-feira, 1 de julho de 2010

Mais 4,6 mil agentes de leitura

MinC lança edital para a seleção e formação de novos agentes de leitura; serão investidos R$ 30 milhões na ação

Do PublishNews

Jovens de comunidades carentes vão poder incentivar seus vizinhos a ler e, com isso, ter complementação de renda. O projeto Agentes de Leitura, do Ministério da Cultura (MinC), irá selecionar e formar 4.574 agentes em parceria com nove estados, 21 prefeituras e três consórcios municipais, beneficiando cerca de 450 mil pessoas nestas localidades. Os editais descentralizados serão publicados entre junho e agosto. As inscrições já estão abertas no Acre. Hoje (30), o edital será lançado em São Leopoldo/RS. No início de julho o Rio de Janeiro e as cidades de Nilópolis/RJ e Osasco/SP também lançam seus editais. Estão sendo investidos R$ 30,3 milhões na ação, sendo R$ 20,6 milhões do MinC, R$ 3 milhões do Ministério da Educação (MEC) e o restante de contrapartida de estados e municípios.

O projeto, integrante do Programa Mais Cultura, foi inspirado na experiência do Ceará, criada em 2005 pelo Governo do Estado. Os agentes de leitura são jovens entre 18 e 29 anos, com ensino médio completo, situados, preferencialmente, em um contexto sócio-econômico do programa Bolsa Família, selecionados por meio de uma avaliação escrita (interpretação e produção textual), fluência de leitura e uma entrevista domiciliar. Os jovens recebem uma bolsa de complementação de renda, no valor mensal unitário de R$ 350. As bolsas concedidas têm duração de um ano, podendo ser prorrogada por igual período. Feito o processo de seleção, os agentes passam por uma formação continuada, realizada pela Cátedra UNESCO da Leitura. O projeto é uma das estratégias do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) visando a democratização do acesso ao livro e formação leitora.

Os agentes de leitura trabalham como os agentes de saúde: vão de casa em casa promovendo as ações, neste caso, de incentivo à leitura. Cada jovem cadastra um grupo de até 25 famílias de sua comunidade, onde desenvolvem atividades de formação leitora, por meio de visitas domiciliares, empréstimos de livros, rodas de leitura, contação de histórias, criação de clubes de leitura e saraus literários abertos à população em geral. Eles trabalham de forma integrada com a Biblioteca Pública Municipal e com a escola da comunidade onde atuam.

“Os agentes de leitura são construtores de pontes, gerando encontros e comunicações, facilitando o acesso aos bens e serviços culturais. É como se o agente de leitura dissesse: ‘que livro lindo, preciso compartilhar essa beleza com outras pessoas”, diz o diretor de Livro, Leitura e Literatura do Ministério da Cultura, Fabiano dos Santos Piúba. Ele destaca o caráter transformador da ação de identificação da comunidade. “Em Mucambo, no Ceará, a Dona Antonina, uma moradora da região, ao ouvir a contação falou: eu não sabia que a minha história está toda nesse livro”.

Inscrições abertas

O município de São Bernardo do Campo (SP) foi o primeiro a lançar o edital de agentes de leitura em março deste ano. Foram 770 inscrições e 661 habilitados. Deste total, 80% foram mulheres. O edital vai selecionar 400 agentes de leitura que serão formados para atuar em 19 localidades da cidade. O processo seletivo de São Bernardo do Campo está previsto para o dia 1º de agosto.

O Acre é o primeiro dos estados a abrir o edital de seleção e formação de agentes de leitura, com inscrições até o próximo dia 18 de julho. As bolsas integrantes do edital se dividem em duas categorias: Agentes de Leitura (80 jovens que atuarão como mediadores culturais) e Agente Articulador de Leitura(oito pessoas que farão o acompanhamento sistemático e avaliação dos agentes).

Em Nilópolis/RJ as inscrições começam em julho. Na cidade serão selecionados 20 agentes de leitura e quatro articuladores. Serão beneficiadas seis comunidades do município. Para o mesmo mês também está previsto o edital de seleção do estado do Rio de Janeiro, com 200 agentes atendendo 16 municípios – incluindo a capital. Também no início do próximo mês Osasco/SP lança o edital para 90 agentes e 10 articuladores, atendendo cerca de 10 mil pessoas, incluindo alunos da rede municipal de ensino.

Entre os estados que farão seleção de agentes de leitura, a Bahia é o com a maior quantidade (572), seguida do Pernambuco e Rio Grande do Norte (ambos com 550). Entre as prefeituras, os maiores volumes ocorrem em São Bernardo do Campo/SP (400) e Joinville/SC e Osasco/SP (100 cada). Três microrregiões lançarão também os editais, por meio de consórcios municipais (união de várias prefeituras) nos estados de São Paulo e Minas Gerais.
Os editais já abertos encontram-se no site.