quarta-feira, 31 de março de 2010

terça-feira, 30 de março de 2010

BiblioFilmes 2010: inscrições abertas

Livro na mão, ação!

PublishNews - 30/03/2010 - Por Redação

Estão abertas até o dia 16 de abril as inscrições para o BiblioFilmes 2010. O festival está na sua 3ª edição e traz um desafio para os amantes de livros e bibliotecas: façam um "filme" em que contem a sua história e provem o quanto gostam da sua biblioteca e/ou de livros. Para participar, os interessados podem se inscrever na categoria “BiblioFilmes”: concurso de vídeos através do YouTube, sempre com o limite de tempo de 3,14 m, “Prêmio Trailer de Livros”: especialmente dedicado às editoras de livros, mas também a autores e leitores, e “Curta BiblioFilmes”: curtas-metragens sobre/inspiradas em livros e bibliotecas, até 30 minutos. O anúncio dos vencedores será feito no dia 23 de abril, Dia Mundial do Livro. Outras informações sobre o Festival e como participar podem ser conferidas através do site do BiblioFilmes.com.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Concursos regionais devem estimular novos autores e escritores do país

JB Online - 24/03/2010 - Redação


BRASILIA - A Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei de autoria do deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR) que institui concursos regionais em todo território nacional para a descoberta de novos autores e escritores. Esses concursos passarão a ser uma das atribuições do Poder Executivo para a difusão do livro dentro da Política Nacional do Livro.

O projeto do deputado Almeida (no. 4.555/2008) acrescenta o inciso VI ao artigo 13 da Lei no. 10.753/2003, que instituiu a Política Nacional do Livro. O referido artigo determina que cabe ao Poder Executivo criar e executar projetos de acesso ao livro e incentivo à leitura, ampliar os já existentes e implementar outras ações. Entre as ações já previstas pela lei está a adoção de tarifa postal preferencial reduzida para o livro brasileiro, que ainda não está em vigor e já foi motivo de pedido de informações do deputado ao Ministério das Comunicações.

Com a aprovação do projeto, o Poder Executivo também ficará responsável por promover concursos regionais para incentivar e descobrir novos autores. "A produção literária brasileira é riquíssima, mas são poucos os autores que conseguem viabilizar suas obras. Esses concursos servirão não apenas para a descoberta de novos talentos, mas também para dar visibilidade aos escritores iniciantes", destacou o deputado.

O projeto de Almeida recebeu parecer favorável do deputado Pedro Wilson (PT-GO), na Comissão de Educação e Cultura, e segue para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, com trâmite conclusivo nas comissões da Câmara dos Deputados.

(Com informações da Assessoria de Imprensa)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Solte a voz: o que você gostaria de saber sobre sustentabilidade e nunca teve coragem de perguntar?


Não raras vezes, os crescentes discursos acerca do tema Sustentabilidade tendem a se tornar monótonos e repetitivos, despotencializando um debate permanente que precisa ser ampliado. Sensível a isso, e a fim de enriquecer mais a construção de conteúdos para nossas próximas ações, o Instituto Ecofuturo lança a campanha "Solte a Voz: o que você gostaria de saber sobre sustentabilidade e nunca teve coragem de perguntar?". Através de nossas mídias sociais, todos poderão enviar dúvidas e sugestões. Buscaremos autores e linhas de pensamento que comportem questões novas. Participe!


O que você tem a dizer só pode ser dito por você!
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Bolsas 2010 da Fundação Biblioteca Nacional


Estão abertas as inscrições para a seleção de Bolsas 2010 da Fundação Biblioteca Nacional nas modalidades: Pesquisa, Autores com obras em fase de conclusão e Apoio à tradução de autores brasileiros (bolsa tradução).

Consulte os editais:
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Consulte os títulos dos projetos de pesquisa selecionados até 2009.
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Como se forma um bom aluno - matéria da revista Época


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segunda-feira, 22 de março de 2010

Água poluída mata mais que violência no mundo, segundo a ONU


Da Reuters

A população mundial está poluindo os rios e oceanos com o despejo de milhões de toneladas de resíduos sólidos por dia, envenenando a vida marinha e espalhando doenças que matam milhões de crianças todo ano, disse a ONU nesta segunda-feira.

“A quantidade de água suja significa que mais pessoas morrem hoje por causa da água poluída e contaminada do que por todas as formas de violência, inclusive as guerras”, disse o Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas (Unep, na sigla em inglês).

Em um relatório intitulado “Água Doente”, lançado para o Dia Mundial da Água nesta segunda-feira, o Unep afirmou que dois milhões de toneladas de resíduos, que contaminam cerca de dois bilhões de toneladas de água diariamente, causaram gigantescas “zonas mortas”, sufocando recifes de corais e peixes.

O resíduo é composto principalmente de esgoto, poluição industrial e pesticidas agrícolas e resíduos animais.

Segundo o relatório, a falta de água limpa mata 1,8 milhão de crianças com menos de 5 anos de idade anualmente. Grande parte do despejo de resíduos acontece nos países em desenvolvimento, que lançam 90 por cento da água de esgoto sem tratamento.

A diarréia, principalmente causada pela água suja, mata cerca de 2,2 milhões de pessoas ao ano, segundo o relatório, e “mais de metade dos leitos de hospital no mundo é ocupada por pessoas com doenças ligadas à água contaminada.”

O relatório recomenda sistemas de reciclagem de água e projetos multimilionários para o tratamento de esgoto.

Também sugere a proteção de áreas de terras úmidas, que agem como processadores naturais do esgoto, e o uso de dejetos animais como fertilizantes.

“Se o mundo pretende… sobreviver em um planeta de seis bilhões de pessoas, caminhando para mais de nove bilhões até 2050, precisamos nos tornar mais inteligentes sobre a administração de água de esgoto”, disse o diretor da Unep, Achim Steiner. “O esgoto está literalmente matando pessoas.”
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Dicas de leitura:
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Confira, abaixo, o artigo "Água no Século XXI", de José Galizia Tundisi, publicado no livro A vida que a gente quer depende do que a gente faz.
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Conheça também o belo projeto "Açudes: Patrimônio da Comunidade de Santa Luzia", da professora Erisdê Borges, uma das vencedoras do I Prêmio Ecofuturo de Educação para a Sustentabilidade.



sexta-feira, 19 de março de 2010

Conheça artigo de Lucila Pastorello, nossa entrevistada na próxima semana!

Artigo publicado no livro A Vida que a gente quer depende do que a gente faz, do Instituto Ecofuturo. Conheça Lucilla Pastorello e nos ajude a entrevistá-la! Perguntas e sugestões podem ser enviadas para o e-mail do blog: ecoleitura@gmail.com.

Para ler o artigo, clique no botão full, na barra inferior.




Outras informações sobre Lucila Pastorello e a entrevista, aqui.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Lucila Pastorello será nossa entrevistada na próxima semana!


Mestre em Semiótica e Linguística Geral pela USP, a fonoaudióloga Lucila Pastorello acaba de concluir o doutorado, com a tese "Leitura em voz alta e a apropriação da escrita pela criança", na mesma universidade. Além de clinicar, Lucila desenvolve projetos de assessoria em linguagem para programas de incentivo à leitura e recentemente estruturou, com uma amiga, a Cia. de Leitores Públicos, que reúne pessoas interessadas em leitura em voz alta e transmissão de textos literários.

Junto ao Ecofuturo, a pesquisadora ministrou oficinas Brincar de Ler para professores e educadores e também na Penitenciária de Santana, Zona Norte de São Paulo. Além disso, assina o artigo "Porque sim não é resposta: 7 bons motivos para ler para crianças pequenas", do livro A vida que a gente quer depende do que a gente faz. (Trechos do artigo podem ser lidos aqui)

Na próxima semana Lucila será a nossa entrevistada, intensificando o debate proposto pelo Movimento Nacional pela Leitura, iniciativa do Instituto Ecofuturo.
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Convidamos a todos os profissionais, amadores, amantes e entusiastas da leitura a tomarem parte nessa conversa. Enviem suas perguntas e sugestões para o e-mail do blog (ecoleitura@gmail.com) ou cliquem no botão "comentários" na barra inferior.
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A palavra é sua e o texto será de todos!
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quarta-feira, 17 de março de 2010

terça-feira, 16 de março de 2010

'Eletrônicos duram 10 anos; livros, 5 séculos', diz Umberto Eco

O Estado de S. Paulo - 13/03/2010 - Por Ubiratan Brasil

O bom humor parece ser a principal característica do semiólogo, ensaísta e escritor italiano Umberto Eco. Se não, é a mais evidente. Ao pasmado visitante, boquiaberto diante de sua coleção de 30 mil volumes guardados em seu escritório/residência em Milão, ele tem duas respostas prontas quando é indagado se leu toda aquela vastidão de papel. "Não. Esses livros são apenas os que devo ler na semana que vem. Os que já li estão na universidade" - é a sua preferida. "Não li nenhum", começa a segunda. "Se não, por que os guardaria?" Na verdade, a coleção é maior, beira os 50 mil volumes, pois os demais estão em outra casa, no interior da Itália. E é justamente tal paixão pela obra em papel que convenceu Eco a aceitar o convite de Jean-Phillippe de Tonac para, ao lado de outro incorrigível bibliófilo, o escritor e roteirista Jean-Claude Carrière, discutir a perenidade do livro tradicional. Foram esses encontros que resultaram em Não Contem Com o Fim do Livro, que a Record lança em abril. A conclusão é óbvia: tal qual a roda, o livro é uma invenção consolidada, a ponto de as revoluções tecnológicas, anunciadas ou temidas, não terem como detê-lo. Leia a entrevista ao Sabático, o novo suplemento cultural do jornal de O Estado de S. Paulo, em que Eco fala sobre preservação da memória, biblioteca X internet, Dan Brown, suas lembranças do Brasil e muito mais.

Leia entrevista na íntegra, AQUI.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Registro módico: envio de impressos pelo correio pela metade do preço do Registro Nacional!

Vai mandar livros pelo correio? Ótimo! Mas, antes de registrar sua postagem, solicite ao atendente o Registro Módico! "Registro o quê?!" - não se espante se o funcionário não souber o que é; isso realmente é pouco divulgado, inclusive nas próprias agências dos Correios! Mas o atendente pode levantar a informação na hora em que você solicitar, não se preocupe.

Quando vamos postar uma carta registrada, pagamos R$ 2,70 pelo Registro Nacional, mais R$ 0,75 pelo selo, certo? Pelo Registro Módico, uma modalidade especial para envio de impressos, pagamos o valor normal do selo, mas apenas R$ 1, 35 pelo registro. Assim, se você ia postar um livro pelo valor de R$ 10,00, por exemplo, agora pode fazê-lo por R$ 5, 37 centavos!


Segundo o site dos Correios, o serviço módico

Poderá ser utilizado junto às postagens de Carta (Comercial e Não Comercial), Impresso (Normal e Especial) e Mala Direta Postal, somente em âmbito nacional, para os seguintes objetos:

a) Livros em geral, postados por qualquer pessoa física ou jurídica;

b) Materiais didáticos, impressos ou gravados em CD ou DVD, desde que postados por escolas de ensino por correspondência e destinados aos seus alunos.

Importante: no ato da postagem, não há fiscalização na agência quanto ao conteúdo do que está sendo registrado, portanto, o envelope pode estar lacrado. Mas os Correios dispõem de serviços de inspeção com raio X aos quais o envelope será submetido. Sendo assim, certifique-se de que haja somente impressos no seu envelope.

sexta-feira, 12 de março de 2010

O papel da leitura em regiões de conflito e pobreza

Guilherme Freitas - Prosa Online - 20/02/2010

A antropóloga francesa Michèle Petit fala de experiências desenvolvidas por mediadores de leitura em "espaços em crise" - locais afetados por confrontos armados, catástrofes naturais, pobreza - sobretudo na América Latina. Nestas situações, sugere: "Mais importante que a interpretação do texto é o encontro ao redor do livro: a leitura funciona como um catalisador para discussões em grupo sobre questões (pessoais ou coletivas) despertadas pelas obras".

O papel da leitura em regiões de conflito e pobreza
Guilherme Freitas - Prosa Online - 20/02/2010

Numa das muitas histórias sobre grupos de leitura em regiões em conflito reunidas em "A arte de ler" (editora 34, tradução de Arthur Bueno e Camila Boldrini, R$ 42), a antropóloga francesa Michèle Petit conta o caso dos bibliotecários da Comuna 13, um conjunto de bairros pobres na periferia de Medellín. No fogo cruzado entre guerrilheiros das FARC e paramilitares colombianos, a biblioteca se transformou em ponto de encontro (e, muitas vezes, em abrigo) para jovens da vizinhança, que encontravam nas atividades promovidas pelos funcionários e nos livros disponíveis nas estantes um refúgio momentâneo para a brutalidade da rotina.

A história pode sugerir uma visão um tanto romântica da cultura como antídoto para a barbárie (impressão reforçada pelo subtítulo do livro, "Como resistir à adversidade"), mas Michèle Petit argumenta, em entrevista ao GLOBO, que o trabalho de pessoas como os bibliotecários de Medellín nada tem de ingênuo: "eles sabem que a literatura não vai reparar as violências ou as desigualdades do mundo, mas observam que ela oferece um apoio notável para colocar o pensamento em ação, para provocar o autoquestionamento, suscitar um desejo, uma busca por outra coisa", diz.

"A arte de ler" relata experiências desenvolvidas por mediadores de leitura em "espaços em crise" — locais afetados por confrontos armados, catástrofes naturais, pobreza e migrações forçadas — em diversas regiões, mas sobretudo na América Latina (inclusive no Brasil). Nestas situações, sugere a autora, mais importante que a interpretação do texto é o encontro ao redor do livro: a leitura funciona como um catalisador para discussões em grupo sobre questões (pessoais ou coletivas) despertadas pelas obras.

Autora de "Os jovens e a leitura" (publicado também pela editora 34), no qual reflete sobre os desafios da tão debatida "formação de leitores", Michèle critica nesta entrevista a forma como o tema costuma ser abordado ("Certos discursos de glorificação da leitura dão vontade de jogar videogame!", brinca) e defende que as situações extremas relatadas em "A arte de ler" podem inspirar novas abordagens para a difusão da leitura.

"A arte de ler" fala de experiências de leitura em locais que a senhora chama de “espaços em crise”, sobretudo na América Latina. Por que escolheu esses lugares e que tipo de atividade encontrou neles?

MICHÈLE PETIT: Há muito tempo observa-se que a leitura ajuda a resistir às adversidades, mesmo nos contextos mais terríveis. Mas a maior parte daqueles que deram testemunho disso estavam imersos desde a infância na cultura escrita. As experiências que me interessaram na América Latina reúnem crianças, adolescentes ou adultos com pouca escolaridade, vindos de famílias pobres, que cresceram longe dos livros. Por exemplo: na Colômbia, jovens saídos da guerrilha ou de grupos paramilitares, toxicômanos, soldados feridos, populações desalojadas; na Argentina, mães de crianças pequenas em situação de extrema pobreza, jovens que sofreram abusos ou vítimas de catástrofes naturais. Essas experiências literárias compartilhadas se desenrolam em espaços de liberdade, sem registros escritos nem controle de presença, sem preocupação com rendimento escolar imediato nem resultados em termos quantitativos. O dispositivo é aparentemente muito simples: um mediador propõe suportes escritos a pessoas que não estão acostumadas a eles, lê alguns em voz alta, e então um relato ou um debate surgem entre os participantes. Os textos lidos despertam seus pensamentos e palavras. Não porque esses textos evoquem situações próximas das que eles viveram. Aqueles que têm um efeito "reparador" são em geral até muito surpreendentes. Através de um conto ou poema qualquer escrito do outro lado do mundo, eles leem páginas dolorosas de sua vida de forma indireta, falam de sua própria história de outra maneira, e conseguem compartilhá-la.

Quais são as principais diferenças entre a leitura individual e a experiência coletiva que é a leitura mediada?

MICHÈLE: Há séculos a leitura é associada à imagem de um leitor — e mais ainda, talvez, de uma leitora — solitário e silencioso, numa intimidade autossuficiente. Isso pode contribuir para afastar da leitura pessoas que vivem em meios onde se dá preferência a atividades coletivas e onde o ato de se colocar à parte do grupo é visto como rude. As experiências de leitura compartilhada, ao contrário, podem facilitar a apropriação dos textos, desde que eles não sejam percebidos como algo imposto. O interessante nos casos que estudei é que eles se desenrolam num quadro coletivo, mas onde cada pessoa é objeto de atenção singular. Cada um é ouvido com atenção, disponibilidade e confiança em sua capacidade e criatividade. Os ritmos ou as culturas próprias a uns e a outros são respeitados, suas palavras recebidas e valorizadas. Esses jovens são frequentemente solicitados, e formados, para tornarem-se também mediadores de leitura para outros, como faz, por exemplo, o grupo A Cor da Letra, no Brasil. É uma forma coletiva, mas que dá lugar a vozes plurais, a uma escuta mútua, a singularidades. A leitura solitária não se opõe a esses pequenos grupos livremente constituídos onde o tempo de leitura e discussão é repartido e onde cada um se retira em seguida para sua casa, levando consigo fragmentos de páginas lidas e palavras compartilhadas. Tanto uma quanto a outra desenham espaços de liberdade e, às vezes, de resistência.

Segundo o livro, os mediadores veem seu trabalho como uma atividade "cultural, educativa e, em certos casos, política". Qual seria a dimensão política da difusão da leitura?

MICHÈLE
: Aqueles cujo trabalho acompanhei acreditam trabalhar por algo muito maior, que é de ordem cultural, poética, educativa e, em alguns aspectos, política. Eles não são ingênuos, sabem que a literatura não vai reparar as violências ou as desigualdades do $, mas observam que ela oferece um apoio notável para colocar o pensamento em ação, para provocar o autoquestionamento, suscitar um desejo, uma busca por outra coisa. E numa época em que os partidos políticos não conseguem fazer isso, a leitura compartilhada aparece como um meio de mobilizar as pessoas, de driblar a repressão à palavra e produzir experiências estéticas transformadoras (além de favorecer a aproximação da cultura escrita). Estes professores, bibliotecários, escritores, psicólogos, ou simples cidadãos, se engajam numa ampla partilha do texto, mas também na construção de uma sociedade mais democrática e solidária.

Alguns argumentos a favor da leitura de obras literárias fazem com que ela pareça mais uma obrigação ou uma necessidade do que um prazer. Como fazer esse trabalho de difusão e, ao mesmo tempo, preservar a dimensão lúdica da leitura?

MICHÈLE: Certos discursos de glorificação da leitura dão vontade de jogar videogame! E os discursos jamais fizeram alguém ler, tampouco as campanhas de massificação para "criar" ou "formar" leitores. Seja pai ou professor, quem diz que uma criança tem que ler (ou pior: que tem que gostar de ler!) faz da leitura um fardo ao qual ela precisa se submeter para satisfazer os adultos. O impasse está garantido se quem diz que "ler é um prazer" não tem nenhum gosto pela leitura: a criança vai sentir que a pessoa não está sendo sincera. O belo discurso transmite o contrário do que pretendia. Afinal, no fim das contas, por que alguém se torna leitor? Na maior parte do tempo, porque viu a mãe ou o pai mergulhado nos livros quando era pequeno e se perguntou que segredos eles podiam desvendar ali. Ou porque eles leram histórias em voz alta, dando à criança liberdade de ir e vir, sem conferir constantemente se ela tinha entendido bem. Ou ainda porque as obras que havia em casa eram assunto de conversas intrigantes ou divertidas. Em certas famílias, as chances de ter essas experiências vêm de nascença ou quase. Em outras, os livros evocam para os pais nada além de lembranças de humilhação e tédio. Junte-se a isso as dificuldades econômicas e a distância dos locais onde se pode encontrar suportes escritos. Nessas famílias, se as crianças ou adultos acabam lendo, e até vivendo a leitura com alegria, é graças a um encontro, ao acompanhamento caloroso de um mediador (professor, bibliotecário, amigo, assistente social...) que tem gosto por livros e sabe tornar esses objetos desejáveis, o que é uma arte. Essa arte passa por um trabalho sobre si mesmo, sobre sua própria relação com os livros, para que a criança e o adolescente não digam: "Mas o que ele quer, esse aí, por que ele quer me fazer ler?" É esta arte que está no coração das experiências que estudei e no coração do meu livro. Ela tem que ser apoiada, encorajada, e as iniciativas desses mediadores devem ser difundidas e multiplicadas, por uma vontade política, para que seja dada a todos, onde quer que vivam, uma chance de encontrar ecos de sua experiência humana, de descobrir outros mundos e de se apropriar realmente dos textos — o que é completamente diferente de aprender a ler.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Dia 12 de março é o Dia do Bibliotecário - Confira agenda de eventos em várias cidades do País

Fonte: Web Librarian

Ceará

12/03 - Evento do CRB-3 e Associação dos Bibliotecários do Ceará
Palestra: Marketing Profissional voltado para o Bibliotecário
No Auditório da UNIFOR http://www.crb3.org.br

Maranhão

Abertura de exposição, show musical e palestra do CRB-13
Palestra: Biblioteca Escolar: construção de uma rede de informação para o ensino público
Local e outras informações, no CRB-13: http://www.crb13.org.br
Programação: http://www.cfb.org.br/pop-up/crb13_programacao.pdf

Mato Grosso do Sul

12/03 - Lançamento do Guia de Bibliotecas Públicas Estaduais, Municipais e Comunitárias do SEBP/MS No Centro Cultural José Octávio Guizzo http://www.cfb.org.br/UserFiles/File/eventos/convite_dia%20bib_MS.pdf

Minas Gerais

10 a 12/03 - III Encontro do Sistema de Bibliotecas da UFMG
Conhecimento institucional: Gestão, Tecnologias e Perspectivas
Na Biblioteca Central da UFMG http://www.bu.ufmg.br/encontro/

Rio de Janeiro

10/03 - Evento na REDARTE/RJ – Rede de Bibliotecas e Centros de Informação em Arte Carreiras impulsionadas: o que move o profissional bibliotecário?
No Centro Cultural Banco do Brasil http://redarterj.wordpress.com

12/03 - Palestras na Fundação da Biblioteca Nacional
No Espaço Cultural Eliseu Visconti, na Rua México http://www.crb7.org.br

Rio Grande do Sul

08 a 12/03 - Festival Bibliofilmes e Fórum pela Melhoria das Bibliotecas Escolares
No Instituto Goethe (mostra) e FABICO (fórum)http://crb10.blogspot.com/2010/03/programacao-para-o-dia-do-bibliotecario.html

15 a 19/03 - II Semana da Ciência da Informação
Palestras sobre bibliotecas e redes sociais, tecnologia e web 2.0
Na Fundação Universidade do Rio Grande (FURG)http://www.semanaci.furg.br/

Santa Catarina

09 a 13/03 - Semana do Bibliotecário 2010 da Associação Catarinense de Bibliotecários
Palestras e cursos em diversos locais http://www.semanadobibliotecario.acbsc.org.br

São Paulo

10/03 - Palestra na PUC Campinas
Bibliotecário: novas alternativas do mercado de trabalho
Na Faculdade de Biblioteconomia da PUCCamp http://www.puc-campinas.edu.br

10 e 11/03 - Homenagem da FESPSP ao Dia do Bibliotecário
Palestra Atualização dos Bibliotecários na Área Jurídica (dia 10) e Bibliotecas Virtuais (dia 11)
Na Biblioteca Monteiro Lobato, em São Paulohttp://www.fespsp.com.br

11/03 - Palestra no Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo
A leitura além da Tecnologia
Na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP http://www.sibi.usp.br/sibi/noticias/veja-hoje-275.htm

12/03 - Palestra na Universidade Santa Cecília (UNISANTA)
Gestão da Informação Digital e as Novas Competências do Bibliotecário
No Cineclube da UNISANTA, em Santos http://www.crb8.org.br/UserFiles/File/Palestra.pdf

Entrega do IX Prêmio Laura Russo
Conselho Regional de Biblioteconomia 8ª Região (CRB-8)
No Auditório do Museu de Arte de São Paulo (MASP) http://www.crb8.org.br

Lançamento de obras em homenagem ao Prof. Dr. Floretan Fernandes
No Anfiteatro Bento Prado, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)http://www.bco.ufscar.br/htdocs/acaocult01_10.htm

13/03 - Palestra na Biblioteca Pública Nuto Sant’anna
Os dez mandamentos da preservação digital
Em São Paulo http://www.crb8.org.br/noticias_crb.php?codigo=221

Sergipe

13/03 - Palestra com o Prof. Waldomiro Vergueiro (ECA/USP)Qualidade em Serviços de InformaçãoNo Celi Praia Hotel, em Aracajuhttp://www.crb5.org.br/eventos.php?data=2010-3-8

terça-feira, 9 de março de 2010

Tzvetan Todorov: "Literatura não é teoria, é paixão"

Por Anna Carolina Mello e André Nigri - Bravo! - Março 2010


Nascido em 1939 em Sófia, na Bulgária, e naturalizado francês, o filósofo e linguista Tzvetan Todorov é um dos mais importantes pensadores do século 20. Traduzida para mais de 25 idiomas, sua obra inspira críticos literários, historiadores e estudiosos do fenômeno cultural do mundo todo. Em seu mais recente livro publicado no Brasil, A Literatura em Perigo, Todorov faz um mea culpa raro entre intelectuais. Ele diz que estudos literários como os seus, cheios de "ismos", afastaram os jovens da leitura de obras originais - dando lugar ao culto estéril da teoria. De Paris, ele falou a BRAVO! por telefone:

BRAVO!: Gostaria que o sr. falasse sobre o seu primeiro contato com a literatura quando criança, e como ela se transformou em uma paixão.

Tzvetan Todorov: Eu cresci na Bulgária durante a Segunda Guerra, quando quase ninguém vivia em Sófia, sob constante bombardeio. A maior parte da população vivia fora da capital, em apartamentos divididos por várias famílias. Dentro da coletividade em que habitávamos, havia um especialista em literatura. Foi ele que me ensinou a ler, antes que eu atingisse a idade escolar. Ele me incentivou a praticar a leitura nos livros infantis, e logo comecei a gostar dos contos populares. Apreciava especialmente as histórias dos irmãos Grimm e As Mil e Uma Noites. Essas obras faziam minha alegria. Eu já tinha um sentimento do enriquecimento pessoal que o contato com a ficção podia proporcionar.

Por que o contato com a ficção é tão importante?

Os livros acumulam a sabedoria que os povos de toda a Terra adquiriram ao longo dos séculos. É improvável que a minha vida individual, em tão poucos anos, possa ter tanta riqueza quanto a soma de vidas representada pelos livros. Não se trata de substituir a experiência pela literatura, mas multiplicar uma pela outra. Não lemos para nos tornar especialistas em teoria literária, mas para aprender mais sobre a existência humana. Quando lemos, nos tornamos antes de qualquer coisa especialistas em vida. Adquirimos uma riqueza que não está apenas no acesso às idéias, mas também no conhecimento do ser humano em toda a sua diversidade.

E como fazer para que as crianças e os jovens tenham acesso a esse conhecimento tão importante?

A escola e a família têm um papel importante. As crianças não têm idéia da riqueza que podem encontrar em um livro, simplesmente porque eles ainda não conhecem os livros. Deveríamos então ser iniciados por professores e pais nessa parte tão essencial de nossa existência, que é o contato com a grande literatura. Infelizmente, não é bem assim que as coisas acontecem.

Por quê?

Quando nós professores não sabemos muito bem como fazer para despertar o interesse dos alunos pela literatura, recorremos a um método mecânico, que consiste em resumir o que foi elaborado por críticos e teóricos. É mais fácil fazer isso do que exigir a leitura dos livros, que possibilitaria uma compreensão própria das obras. Eu deploro essa atitude de ensinar teoria em vez de ir diretamente aos romances, por que penso que para amar a literatura - e acredito que a escola deveria ensinar os alunos a amar a literatura - o professor deve mostrar aos alunos a que ponto os livros podem ser esclarecedores para eles próprios, ajudando-os a compreender o mundo em que vivem.

Ao comentar esse assunto no livro, o sr. fala em "abuso de autoridade". Poderia explicar melhor?

É um abuso de autoridade na medida em que é o professor quem decide mostrar aos alunos o que é importante, com base em um programa definido previamente pelo Ministério da Educação. E isso é sempre uma decisão arbitrária. Não temos o direito de reduzir a riqueza da literatura. O bom crítico - e também o bom professor - deveria recorrer a toda sorte de ferramentas para desvendar o sentido da obra literária, de maneira ampla. Esses instrumentos são conhecimentos históricos, conhecimentos linguísticos, análise formal, análise do contexto social, teoria psicológica. São todos bem-vindos, desde que obedeçam à condição essencial de estar submetidos à pesquisa do sentido, fugindo da análise gratuita.

Como conciliar esse desejo de liberdade num sistema em que o professor tem que atribuir notas, como ocorre no Brasil e na França?

Acredito que o essencial é escolher obras literárias que sejam, por sua complexidade e temas, acessíveis à faixa etária a que se destinam. Cabe ao professor mostrar o que esses livros têm de enriquecedor para os alunos, levando em consideração a realidade deles. O importante é não ter medo de estabelecer pontos em comum entre o presente dos alunos e do sentido dos livros.

O escritor italiano Umberto Eco fala que o livro, ao lado da cadeira, é o objeto de design mais perfeito criado pela humanidade. Num momento em que se questiona isso, o senhor vê futuro para o livro?

É verdade que hoje lemos muito diante da tela, mas não acho que o livro vá desaparecer. Ele estabelece uma relação de possessão e de interiorização que nós não podemos estabelecer com algo tão imaterial quanto o texto na tela do computador. Claro que eu mesmo, quando busco uma referência, o faço facilmente diante da tela. Mas se eu desejo me embrenhar em um livro, se eu quiser me render a seu interior, é preciso que seja com o objeto "livro". A isso ele se presta maravilhosamente.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Homenagem do Instituto Ecofuturo a José Mindlin, Padrinho do Programa Ler é Preciso

*Para ler, clique na imagem*
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Memórias de João Cabral de Melo Neto





Documentário produzido pela editora Alfaguara para comemorar o relançamento da obra do poeta João Cabral de Melo Neto, com depoimentos de Luis Fernando Verissimo, Chico Buarque, Lázaro Ramos, Ferreira Gullar, Adriana Calcanhotto, Carlos Heitor Cony, Adélia Prado e outros.

No dia 3 de marcço foi aberta, no Centro Cultural da Justiça Eleitoral (Rio de Janeiro), a exposição "Um poema por dia", dedicada ao poeta. Saiba mais.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Só dez por cento é mentira - trailer do documentário de Pedro Cesar sobre o poeta Manoel de Barros

Conheça o poema "A menina que ganhou um rio", de Manoel de Barros, incluso no livro A Vida que a Gente Quer Depende do que a Gente faz, publicação do Intituto Ecofuturo.

Leia análise do poeta Ramon Mello para este documentário:

http://sorrisodogatodealice.blogspot.com/2010/02/100-poesia.html

quarta-feira, 3 de março de 2010

Incentive as crianças a ler em bibliotecas de São Paulo

Do Guia da Folha online

Abertas diariamente, as bibliotecas da capital paulista não só oferecem familiarização com a leitura, como promovem atividades especiais. Leia sobre duas delas:

Biblioteca Hans Christian Andersen

A tradicional biblioteca, inaugurada na década de 1950, foi reformada recentemente e ganhou um acervo especializado em contos de fadas. Além da coleção de 17 mil títulos infanto-juvenis, o espaço recebeu novos livros e foi decorado com motivos infantis e estantes no formato de castelos e arco-íris. Conta com uma programação constante de teatro e narração de histórias para os pequenos. Informe-se sobre o local.

Biblioteca Municipal Monteiro Lobato

A mais antiga biblioteca infantil da cidade, criada em 1936, possui cerca de 30 mil títulos infanto-juvenis. Também abriga um acervo com livros, cartas, fotografias e objetos pessoais de Monteiro Lobato --que costumava contar histórias a crianças na biblioteca--, além de um arquivo histórico de literatura infanto-juvenil e livros didáticos e uma gibiteca, inaugurada no final de fevereiro. Informe-se sobre o local.

segunda-feira, 1 de março de 2010

TV Cultura reapresenta hoje entrevista com o bibliófilo José Mindlin

Fonte: Correio Braziliense

Em memória ao empresário e bibliófilo José Mindlin, falecido no último domingo, a TV Cultura reapresenta hoje, a partir das 22h, a entrevista concedida por ele ao programa Roda Viva, em 2006. Apresentado por Paulo Markun, o programa conta com uma bancada de entrevistadores composta por Manuel da Costa Pinto (cargo na época: coordenador editorial do Instituto Moreira Salles, colunista do jornal Folha de S. Paulo e colaborador do programa Entrelinhas, da TV Cultura); Daniel Piza (cargo na época: editor executivo do jornal O Estado de S. Paulo); Norma Couri (cargo na época: colunista do Jornal do Brasil e correspondente da revista portuguesa Visão); Alberto Quartim de Moraes (cargo na época: editor da Editora Conex); Luís Krausz (cargo na época: editor da revista 18); Luís Francisco de Carvalho Filho (cargo na época: diretor da Biblioteca Mário de Andrade).
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No dia 26 de novembro de 2009, havíamos postado um vídeo sobre a digitalização do acervo de Mindlin, veja AQUI.
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